Como Calcular o Simples Nacional Sem Complicação: Guia Atualizado com Exemplo Real 2025

Entendendo o Simples Nacional de um jeito fácil

No meio de tantas obrigações fiscais que as empresas enfrentam no Brasil, o Simples Nacional surge como uma alternativa vantajosa, especialmente para micro e pequenas empresas. Mas o que muita gente ainda tem dúvida é: como é feito o cálculo do Simples Nacional?

Essa pergunta aparece o tempo todo em grupos de empreendedores, em conversas com contadores e até em buscas no Google. Apesar do nome “simples”, o sistema tem suas particularidades que precisam ser compreendidas para evitar surpresas com o fisco e manter o negócio organizado.

Como funciona o Simples Nacional na prática

O Simples Nacional é um regime tributário criado em 2006 para unificar a arrecadação de diversos tributos em uma única guia de pagamento: o DAS (Documento de Arrecadação do Simples). Ele é destinado a empresas que faturam até R$ 4,8 milhões por ano.

Esses são os impostos incluídos no Simples:

  • IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica)
  • CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido)
  • Cofins
  • PIS/Pasep
  • CPP (Contribuição Previdenciária Patronal)
  • ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)
  • ISS (Imposto sobre Serviços)

A grande vantagem é a simplificação no pagamento e a possível redução da carga tributária, principalmente nos primeiros anos de faturamento baixo.

O que define quanto sua empresa vai pagar

Não existe uma alíquota fixa para todas as empresas. O valor do DAS depende de três fatores principais:

  1. Anexo do Simples Nacional em que sua empresa está enquadrada
  2. Faturamento acumulado dos últimos 12 meses
  3. Alíquota efetiva, que é definida por uma fórmula matemática
Confira:  Anexos Simples Nacional

O Simples é dividido em cinco anexos, cada um com faixas de faturamento e alíquotas diferentes. O enquadramento em um desses anexos depende da atividade da empresa.

Os anexos e suas atividades

  • Anexo I: comércio
  • Anexo II: indústria
  • Anexo III: serviços de instalação, reparos e manutenção, salões de beleza, academias, entre outros
  • Anexo IV: construtoras, obras e serviços de engenharia
  • Anexo V: consultorias, profissões regulamentadas como contadores, advogados e outros

Como calcular o Simples Nacional passo a passo

Apesar da aparente complexidade, o cálculo pode ser feito com uma fórmula base, divulgada pela Receita Federal:

Alíquota Efetiva = (RBT12 x Alíquota) – Parcela a Deduzir / RBT12

Onde:

  • RBT12: Receita Bruta Total dos últimos 12 meses
  • Alíquota: alíquota da tabela conforme faixa de receita e anexo
  • Parcela a Deduzir: valor constante na tabela do anexo

Exemplo de cálculo prático

Imagine uma empresa de serviços (Anexo III) com receita bruta nos últimos 12 meses de R$ 300.000. A faixa correspondente possui alíquota de 11,2% e parcela a deduzir de R$ 9.360,00:

Alíquota Efetiva = (300.000 x 0,112 – 9.360) / 300.000 Alíquota Efetiva = (33.600 – 9.360) / 300.000 = 0,0808 ou 8,08%

Se o faturamento do mês foi de R$ 25.000: Valor do DAS = 25.000 x 8,08% = R$ 2.020,00

Diferenças entre alíquota nominal e efetiva

Muita gente olha a tabela e acha que pagará exatamente a alíquota da faixa onde se encontra. Mas não é bem assim. O sistema progressivo usa a fórmula para gerar uma alíquota “efetiva”, que costuma ser menor que a alíquota nominal da faixa.

Essa diferença ajuda empresas em crescimento, pois não penaliza tanto quem está transicionando entre faixas.

Cuidado com os fatores que mudam o anexo

Alguns detalhes podem fazer uma empresa que parecia estar no Anexo III cair para o V, onde as alíquotas são maiores. Um deles é o Fator R, que analisa a relação entre a folha de pagamento e o faturamento.

  • Se a folha de pagamento (inclusive pró-labore) representar mais de 28% do faturamento, a empresa pode ficar no Anexo III.
  • Caso contrário, vai para o Anexo V, com alíquotas mais altas.
Confira:  Simples Nacional - Tabela, Boleto

Ferramentas para facilitar o cálculo

Não é preciso fazer tudo na mão, existe calculadora Simples Nacional online que permite inserir a receita dos últimos meses e já retornam o valor da guia DAS.

Essas ferramentas ajudam muito:

  • Calculadora do Sebrae
  • Simuladores da Receita Federal
  • Softwares de contabilidade online como Contabilizei, Nibo e Omie

Além do valor: fique atento aos prazos

A guia DAS deve ser paga até o dia 20 de cada mês. O não pagamento ou atraso pode gerar multa e juros. Para quem tem dificuldades em lembrar das datas, vale usar aplicativos ou integrações com o sistema bancário para agendar os pagamentos automaticamente.

Vantagens do Simples vão além do cálculo

Além da praticidade no pagamento, empresas do Simples contam com:

  • Redução de burocracias
  • Menores custos com folha de pagamento
  • Acesso facilitado a licitações públicas
  • Menor fiscalização, especialmente nos primeiros anos

Desvantagens que não podem ser ignoradas

Apesar das vantagens, nem tudo são flores. Dependendo da atividade e do faturamento, o Simples pode ser menos vantajoso do que os regimes do Lucro Presumido ou Lucro Real. Por isso, vale sempre simular e consultar um contador antes de decidir.

Empresas que não podem aderir ao Simples Nacional

Alguns tipos de empresa não podem participar desse regime, como:

  • Sócias em outras empresas
  • Que tenham sócio estrangeiro não residente
  • Que tenham dívidas tributárias em aberto
  • Que desenvolvem atividades com restrições na legislação

Revisar o enquadramento é essencial

À medida que a empresa cresce, as condições mudam. O que era vantajoso no início pode se tornar um problema financeiro se não houver revisão. Empresas que faturam próximo de R$ 4,8 milhões ao ano devem avaliar com cuidado o impacto das alíquotas mais altas.



O conteúdo desse site é meramente informativo e foi retirado de outras fontes na internet, você deve sempre conferir as leis vigentes e consultar um contador de confiança.
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